X-Men – o filme (X-Men, 2000)

(EUA, 2000, 01h44min. Direção: Bryan Singer. Com Hugh Jackman, Halle Berry, Ian McKellen, Patrick Stewart, Rebecca Rmjin-Stamos, Famke Janssen, James Marsden)

Este é apenas o início de uma das maiores trilogias de super-heróis recém-produzidas no cinema. X-Men – o Filme, dirigido pelo jovem e competente Bryan Singer no ano 2000, apresenta os personagens mutantes a quem não os conhece (como era meu caso quando vi o filme pela primeira vez) de maneira bastante didática e ao mesmo tempo cativante, fazendo com que nossa atenção seja presa a todo instante e com certeza deixando ao fim do filme (que é até um tanto curto) uma vontade muito grande de assistir logo ao segundo episódio.

Baseado na formidável HQ da Marvel, temos aqui um grupo de mutantes dotados de superpoderes que, num futuro próximo, se rebelam e, divididos entre os que tentam dominar o mundo (chefiados por Magneto – Ian McKellen) e os que pretendem uma inclusão e igualdade de direitos (liderados pelo Professor Xavier – Patrick Stewart), criam um espetacular conflito, baseado não somente na força, mas também nas habilidades e características individuais de cada um. Os mutantes “do bem” terão que ajudar os humanos bem-intencionados a combater esses mutantes “do mal” e ao mesmo tempo tentar quebrar o preconceito de que humanos e mutantes não podem viver pacificamente.

O filme nos apresenta alguns dos X-Men mais famosos, como Wolverine (Hugh Jackman), Tempestade (Halle Berry) e Mística (Rebecca Romjin-Stamos). O filme custou cerca de US$ 75 milhões e arrecadou quase 300 milhões de dólares em todo o mundo, pavimentando o terreno para a superprodução que seria lançada três anos mais tarde, X-Men 2, sem dúvida o melhor da trilogia.

Nota – 7.5 ***

Veja abaixo o trailer original do filme em inglês

Com 007 Viva e Deixe Morrer (Live and Let Die, 1973)

A fase Sean Connery estava encerrada definitivamente, e os produtores da série 007, Albert Broccoli e Harry Saltzman, tiveram que procurar outro ator britânico para interpretar o agente secreto mais famoso do mundo. Coube a Roger Moore, inglês nascido em Londres em 1927, a responsabilidade de dar prosseguimento ao carisma do personagem James Bond. Mesmo sendo tachado por alguns como “bonzinho demais” para o papel, Moore fez muito sucesso como 007, tanto que suplantou Connery no número de filmes – 7 contra 6 – e, para muitos fãs, também na performance.

Roger Moore talvez não possuía o mesmo charme e jovialidade que Connery, que quando estreou como Bond em 1962 tinha 32 anos, enquanto Moore já tinha 46 anos ao estrear este Com 007 Viva e Deixe Morrer, em 1973. Porém a missão que marca o início de sua fase no papel de 007 é sem dúvida uma das melhores aventuras de toda a série. Bond aqui deixa um pouco de lado a organização criminosa Spectre e se depara com uma missão recheada de rituais de magia negra e tendo como assunto principal o tráfico de heroína, mudando também o tipo de inimigo a enfrentar, que andava girando sempre em torno de ameaças nucleares.

Além do tráfico de drogas, a morte de três agentes secretos ao redor do mundo colocam frente a frente James Bond (Roger Moore) e Mr. Big (Yaphet Kotto, que mais tarde faria Alien – o Oitavo Passageiro), chefão do crime no bairro negro do Harlem, em Nova York, cuja organização criminosa age de acordo com as visões da cartomante Solitaire (Jane Seymour, com apenas 22 anos à epoca). Quando conhece Bond (e se entrega a ele), Solitaire perde os seus poderes e é condenada a morte num ritual vudu (mas claro, Bond estará lá para salvá-la).

Esta 8ª aventura de 007 é recheada de humor e grandes perseguições. Há espaço para tudo no roteiro, sempre de forma ágil e cheia de aventura: a cena inusitada do cortejo fúnebre que vira carnaval em Nova Orleans; Bond fugindo de seus perseguidores das mais diversas formas, pilotando desde lanchas ultra-velozes na baía da Lousiana (EUA) até um autêntico ônibus londrino – nem um avião de treinamento escapou do “ataque” de 007. Aliás, por falar em ataques, neste filme Bond teve que se livrar de uma cobra no banheiro, de crocodilos no mangue e até mesmo de tubarões na cena final do filme. Tudo isso muito bem conduzido por Guy Hamilton em seu terceiro filme como diretor da série 007 (antes já havia feito o ótimo Goldfinger e o bom Os Diamantes são Eternos).

Para ter certeza que a série estaria em boas mãos, além de Moore e Hamilton os produtores se cercaram de outras personalidades, que garantiram o sucesso do filme. A então novata atriz Jane Seymour impressionou como a Bondgirl Solitaire, tendo ótima química na tela com Moore e criando um clima de sedução e romance que fez muito bem ao enredo (muitos a consideram uma das mais belas mulheres de toda a série). E a música-tema do filme coube simplesmente ao ex-beatle Paul McCartney, e “Live and let die” foi um tremendo sucesso em todo mundo na época de lançamento do filme, em 1973 (inclusive foi indicada ao Oscar de Melhor Canção do ano seguinte, mas perdeu para Marvin Hamlisch pelo filme Nosso Amor de Ontem.

O vilão feito por Yaphet Kotto (Mr. Big/Dr.Kananga) é bem durão e um dos melhores da série, também. Kotto apesar de ainda jovem, teve uma atuação segura e à altura do que o papel impunha. Outro destaque vai para um dos asseclas de Kananga, Tee Hee, feito pelo ator Julius Harris (de King Kong 1976), conhecido por ter no lugar da mão direita garras de aço indestrutível.

Com 007 viva e deixe morrer arrecadou 126 milhões de dólares em todo o mundo, sendo US$ 35 milhões apenas nos EUA, e manteve em alta o mito James Bond após a saída oficial de Sean Connery. Aliás, Roger Moore fez muito mais que isso: imprimiu ao agente seu estilo pessoal, talvez menos charmoso mas muito mais irônico que Connery, o que faz dele um dos atores mais emblemáticos de toda a franquia 007.

Nota – 8.0 ****

Veja abaixo o trailer original do filme em inglês.

Ray (Ray, 2004)

(Drama, EUA, 2004. Direção de Taylor Hackford. Com Jamie Foxx. Duração 02h32min)

Nascido em 1930, no estado da Geórgia, nos EUA, Ray Charles Robinson teve uma infância trágica. Filho de mãe solteira, viu seu irmão menor morrer afogado numa tina d’água num estúpido acidente. Com apenas 5 anos de idade, começou a demonstrar sinais de glaucoma, que em menos de dois anos lhe tirou a visão por completo. Cego, pobre, negro e sem pai, descobriu logo que a determinação poderia lhe levar longe, desde que encarasse a sério seu maior dom: a música.

Sozinho, foi atrás deste sonho, e em pouco tempo já era um nome respeitado. Seus discos vendiam muito, suas apresentações lotavam ginásios e seus fãs eram cada vez mais numerosos. Esses excessos, entretanto, começaram a se revelar em outros aspectos de sua vida: as mulheres e as drogas, que quase lhe conduziram ao fundo do poço (uma de suas amantes morreu de overdose e numa outra ocasião ele chegou a ser preso por tráfico e porte). O susto ao menos lhe serviu como lição. Pouco depois, o mesmo empenho o conduziu novamente ao topo e na ocasião de sua morte, aos 73 anos, em 2004, ele era considerado um dos maiores nomes da música norte-americana.

Esta trajetória de altos e baixos é contada com muita competência em Ray, filme de Taylor Hackford, diretor de filmes como Eclipse Total e O Advogado do Diabo. Hackford, também autor do roteiro, não se preocupou muito com uma estrutura original ou grandes inovações, praticamente limitando-se a deixar o espaço livre para o desempenho magistral de Jamie Foxx, no papel principal, e para a história que estava contando, por si só dotada de interesse próprio.

Foxx está perfeito no papel do grande Ray Charles e mereceu o Oscar de Melhor Ator que ganhou por esta atuação. Convence o tempo todo, inclusive nos trejeitos, e passamos por todo o filme vendo Ray, e não alguém tentando imitá-lo. Isso é de uma dificuldade tremenda, até porque Foxx ficou muitíssimo parecido com o músico. Quanto à direção de Hackford, é correta; ele tenta imprimir ao filme um visual de época utilizando-se de recursos de iluminação e também inserindo letreiros que remetem à época, o que funciona muito bem. Mas ao mesmo tempo alonga o roteiro o máximo possível tornando-o desnecessariamente longo (02h32min) o que dilui um pouco o interesse no filme.

Tecnicamente, a produção é realmente muito bem feita. Os cenários, os figurinos, a fotografia, tudo é bastante adequado. E o filme ainda tem a sorte de ser embalado por uma trilha sonora com canções de Charles, claro. Ray é uma obra que vale a atenção despertada. É uma narrativa de fácil compreensão e fluida, o que a torna acessível aos mais distintos públicos. Se há algum pesar a ser notado é que, em nenhum momento, consegue chegar aos pés da genialidade e do talento do personagem retratado. Mas isso, também seria querer demais.

Veja aqui o trailer original do filme em inglês.

A Bússola de Ouro (The Golden Compass, 2007)

EUA, 2007, Aventura, 01h53min. Direção: Chris Weitz. Com Nicole Kidman, Daniel Craig, Dakota Blue Richards, Eva Green, Sam Elliott, Christopher Lee, Ian McKellen (voz) e Kathy Bates (voz).


A Bússola de Ouro
é uma imersão em um mundo de fantasia, bem parecido com aquele dos sucessos de séries de livros/filmes como Harry Potter, O Senhor dos Anéis e As Crônicas de Nárnia. O filme é uma adaptação da obra do escritor inglês Philip Pullman, com roteiro e direção assinados por Chris Weitz, de American Pie e Formiguinhaz (putz, mas que mudança radical de gênero, hein). “Bússola” é a primeira adaptação para as telonas da série literária Fronteiras do Universo, lançada no Brasil, aliás, simultaneamente com o filme no cinema, no final de 2007. Os episódios seguintes, também previstos para adaptação para longa-metragem, são ”A Faca Sutil” e ”A Luneta Âmbar” – mas a bilheteria aquém da expectativa dos produtores nesse primeiro episódio pode inviabilizar essas produções.

A versão para o cinema só seria mesmo possível no atual estágio dos efeitos digitais. O que mais impressiona na visualização do universo de Philip Pullman é a mistura quase imperceptível entre o material filmado e o criado por computador. Este último inclui os “dimons” de todos os personagens principais, que estão em cena praticamente em tempo integral, e imensos ursos-polares guerreiros, protagonistas da fantástica batalha final (talvez a melhor cena do filme).

Sem dúvida, o “alvo” principal são as crianças, que vão adorar o clima permanente de fantasia e os efeitos visuais caprichados. Mas quem é mais adulto vai sentir falta de uma narrativa mais bem construída, que permita ao público “entrar” e, acima de tudo, entender esse universo paralelo. Conceitos e idéias surgem o tempo todo de forma incessante, e o roteiro acaba não se dando tão bem na tentativa de comprimir quase 400 páginas de livro em menos de duas horas de filme.

O resultado é que enquanto no livro os personagens e os eventos têm um tempo para acontecer e se explicar, na tela tudo é muito apressado, podendo confundir aqueles que não estão familiarizados com a trama. Talvez fosse melhor uma duração maior, de quase 3 horas, como fez Peter Jackson em cada episódio de sua trilogia O Senhor dos Anéis.Na trama, Lyra Balacqua (a garota estreante Dakota Blue Richards) é uma menina órfã que vive em na universidade de Oxford e encontra-se esporadicamente com seu tio, Lorde Asriel (Daniel Craig, o atual agente 007). Ela então descobre que querem matá-lo e ele resolve viajar. Enquanto isso, a menina vai morar com uma mulher, Marisa Coulter (Nicole Kidman) que finge ser boazinha, mas seu visual de loira platinada hitchcokiana deixa claro que suas intenções não são nada boas.

Nesse universo paralelo, todos possuem um “dimon”, espécie de manifestação animal da alma das pessoas. Os dimons das crianças não possuem uma forma fixa e isso pode ser a causa de uma onda de sequestros. Isto porque um grupo de pesquisadores pode estar tentando separar as crianças de seus dimons por uma espécie de cirurgia.

Antes de ir para a casa da Sra. Coulter, Lyra recebe do reitor da universidade uma bússola que é capaz de descobrir a verdade sobre qualquer assunto – mas é preciso saber usá-la. A menina tem esse dom e poderá utilizar o instrumento até entregá-lo para o seu tio, conforme manda o reitor. Uma série de eventos acontece – sem deixar muito claro como – e mais tarde vemos Lyra em companhia de um urso polar que poderia ser rei, mas foi excluído de seu bando por perder a armadura.

Esse urso (ufa!), chamado Iorek Byrnison (dublado por Ian McKellen, na versão original), se tornará o maior defensor de Lyra. Outros personagens interessantes do livro, como o piloto de balão Lee Scoresby (Sam Elliott, de Marcas do Destino) e a bruxa Serafina Pekkala (Eva Green, bondgirl de Cassino Royale), estão presentes, mas quase não aparecem no filme.

Ficou difícil entender tanta coisa ?? Pois é: a direção de Chris Weitz nem chega aos pés do trabalho feito por Peter Jackson em O Senhor dos Anéis, e o roteiro, também escrito por Weitz, não sustenta a graça e personalidade encontrados no livro. O resultado é que A Bússola de Ouro acaba ficando muito confuso para quem não ler o livro antes de ver o filme, e para quem fizer isso, ainda deve ficar um gostinho de “quero mais”.

Veja aqui o trailer original do filme, com legendas em português.

Toy Story (Toy Story, 1995)

(Animação/Aventura, EUA, 1995. Direção de John Lasseter. Duração 01h21min)

Esta é a primeira animação de longa-metragem totalmente feita por computador pela Pixar, e que definitivamente revolucionou o mundo dos desenhos, conquistando milhares de espectadores (arrecadou mais de US$ 360 milhões em todo o mundo, sendo campeão de bilheteria nos EUA no ano de seu lançamento, 1995). O filme entrou para a história como um marco do início das animações em longa-metragem e por ser o primeiro filme feito em 3D, sem dúvida um dos clássicos do gênero.

O roteiro, apesar de simples, é extremamente eficiente, e incentiva o espectador a relembrar seus tempos de criança e viajar pelo fascinante mundo dos brinquedos. O boneco caubói de madeira Woody (cuja voz é de Tom Hanks na versão em inglês) é o brinquedo favorito do garoto Andy – isso até o menino ganhar de presente de aniversário outro brinquedo mais moderno, o astronauta Buzz Lightyear (voz de Tim Allen na versão original). Enciumado, Woody implica com Buzz. Mas ambos acabam caindo nas garras do garoto vizinho, um notório destruidor de brinquedos, e são forçados a unir seus esforços.

A trilha sonora de Randy Newman (compositor também dos dois Entrando numa Fria) é bem aplicada, fazendo com que o filme se torne ainda mais empolgante e aumentando o clima de aventura. E os personagens / brinquedos são adoráveis, muito bem feitos, bem detalhados e elaborados. Enfim, uma grande aventura, que encantou e encanta ainda hoje crianças, adolescentes e adultos, e teve uma continuação quatro anos mais tarde – Toy Story 2 – tão boa e divertida quanto esta.

Nota – 9.0 ****

Veja abaixo o trailer original do filme.


Central do Brasil (Central Station, 1998)

(Drama, Brasil, 1998. Direção de Walter Salles. Com Fernanda Montenegro, Vinícius de Oliveira, Mateus Nachtergaele, Marília Pêra e Othon Bastos. Duração 01h53min.)

Nestes tempos em que só se fala em Tropa de Elite, vale a pena assistir a este Central do Brasil, filme vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim em 1998, para sabermos que o cinema nacional já hà algum tempo encontra-se num outro patamar de qualidade em suas produções (aliás, “Tropa” vai concorrer ao mesmo prêmio agora, em fevereiro próximo). Trata-se de um filme comovente e emocionante, sem dúvida, um dos 5 filmes brasileiros mais conhecidos em todo o mundo.

Além do prêmio máximo ganho na Alemanha, o filme também levou o Urso de Prata de Melhor Atriz para Fernanda Montenegro no mesmo ano, e foi indicado para 2 Oscars, Melhor Filme Estrangeiro (perdeu na época para A Vida é Bela, de Roberto Begnini) e Melhor Atriz, numa indicação histórica de Fernanda Montenegro, que acabou perdendo a estatueta para Gwyneth Paltrow, por Sheakespeare Apaixonado (claro que se a premiação fosse em qualquer outro lugar do mundo fora os EUA, Gwyneth jamais ganharia de Fernanda).

Dora (Fernanda Montenegro), mulher de caráter duvidoso e extremamente sisuda, escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Certo dia ela conhece Ana, que vem escrever uma carta com o seu filho, Josué (Vinícius de Oliveira), um garoto de 9 anos de idade, que sonha encontrar o pai que nunca conheceu. Na saída da estação, Ana é atropelada e Josué fica abandonado. Mesmo a contragosto, Dora acaba acolhendo o menino ao seu modo e envolvendo-se com ele. Termina por levar Josué para o interior do nordeste, à procura do pai, numa viagem de ônibus pelo interior do Brasil que se transforma numa verdadeira saga. À medida que vão entrando país adentro, esses dois personagens, tão diferentes, vão se aproximando… Começa então uma viagem fascinante ao coração do Brasil, à procura do pai desaparecido, e uma viagem profundamente emotiva ao coração de cada um dos personagens do filme.

Central do Brasil está longe de ser um filme perfeito, mas com certeza é extremamente bem realizado. Da direção madura de Walter Salles (que posteriormente, entre outros, fez Abril Despedaçado e Diários de Motocicleta) à ótima fotografia de Walter Carvalho, além dos diálogos (muito bons, por vezes até “afiados”). Sem falar, é claro, do elenco, encabeçado por uma Fernanda Montenegro simplesmente genial, mostrando que entendeu perfeitamente o caráter do personagem e imprimindo a ele uma marca forte e corajosa, atuando de cara lavada, num personagem que não tem medo de ser egoísta e desagradável. ”Central” é, acima de tudo, um filme que mostra uma realidade brasileira perfeitamente assimilável, muito diferente daquela apresentada através de metáforas no cinema feitas por Glauber Rocha, por exemplo.

Nota – 8.0 ****

Veja abaixo um trecho do início do filme.


Enquete mostra que TV Digital ainda não empolga

Os cinéfilos internautas visitantes do blog votaram nos últimos 20 dias na enquete “Você pretende comprar o conversor para TV digital ?”. Nada menos que 86% dos votantes responderam que “Talvez, mas não agora”, enquanto que 14% foram ainda mais radicais, respondendo que “Não, nem penso nisso”. As outras duas alternativas de resposta, ambas dizendo que “sim”, uma para aquisição do conversor este ano ainda e outra para 2008, não receberam um único voto.

Ou seja, o governo fez todo um auê sobre a chegada da TV digital, as emissoras também alardeiam como ferramenta de marketing que agora vários programas estão sendo exibidos em HDTV, mas o fato é que o custo proibitivo do conversor digital – no mínimo R$ 499 – aliado ao ainda baixo diferencial propiciado pelo sinal digital – por enquanto em tese apenas uma qualidade de imagem superior ao DVD – não estão sendo suficientes para seduzir o telespectador brasileiro, que por enquanto prefere gastar seus reais com outros atrativos do momento, como os preços das TVs de plasma e LCD em baixa e também os novos modelos de telefones celulares e câmeras digitais.

O Amor é Cego (Shallow Hal, 2001)

(EUA, 2001, 01h54min. Direção: Irmãos Farrelly. Com Jack Black, Gwyneth Paltrow, Jason Alexander.)

Esta é uma comédia leve e simpática, ótima para uma matinée a dois. Dirigido pelos Irmãos Farrelly (em cartaz nos cinemas com Antes só do que mal-casado), trata-se de uma comédia romântica com algumas poucas piadas boas, que deixam um gosto de “quero mais”. Quem pensa que terá o mesmo humor dos engraçadíssimos Quem vai ficar com Mary? e Débi e Lóide irá se decepcionar – o humor não é escrachado, mas apenas “simpático” e comedido.

No filme, Hal (Jack Black, de King Kong 2005), é um cara altamente superficial, que só se preocupa com a beleza externa das mulheres, até que sofre uma espécie de hipnose num elevador e a partir daí só verá a beleza interior das pessoas. Por conta disso, ele acaba apaixonando-se por uma mulher incrivelmente gorda (Gwyneth Paltrow, de Shakeaspeare Apaixonado, com um monte de maquiagem) mas de bom coração. O filme tenta explicar a origem do trauma do rapaz por causa de um conselho do pai dele no leito de morte e brinca com o espectador escondendo o fato de que ele foi hipnotizado até mais tarde (por interferência de um amigo chato, feito por Jason Alexander, do seriado Seinfeld, que por sinal traz em si uma surpresa que poderia ter sido melhor aproveitada).

O fato é que o filme cria situações divertidas quando o cara enlouquece de paixão ao encontrar o que ele imagina ser uma bela garota (que por acaso também é a filha do dono da empresa onde trabalha), e não entende porque ela vive caindo de sofás que quebram!!!… A garota é obesa e complexada, e, claro, rende-se aos encantos do admirador que lhe galanteia tanto e não “presta atenção” em seus atributos físicos (leia-se excesso de peso). Mesmo assim, o filme poderia ser bem mais engraçado. É até legalzinho, mas não espere muito.

Veja abaixo o trailer original do filme em inglês.


O Sorriso de Mona Lisa (Mona Lisa smile, 2003)

(Mona Lisa Smile, Drama, 2003. Duração 01h57min. Direção: Mike Newell. Com Julia Roberts, Kirsten Dunst e Maggie Gyllenhaal)

Julia Roberts faz Katherine Watson, uma professora de hábitos e pensamentos liberais que, em 1953, vai lecionar numa severa instituição dedicada à educação de moças e acaba por revolucionar o aprendizado delas, gerando controvérsias na administração do local de ensino.

Hummm… já viu uma sinopse parecida antes ? Não, você não se enganou: digamos que este filme seja uma cópia – bem piorada, aliás – de Sociedade dos Poetas Mortos (1988), ou então uma espécie de versão “feminina” do sucesso estrelado por Robin Williams. Não que a personagem seja desinteressante ou que Julia Roberts não dê conta dela, não é isso; o problema é que essa nova investida da atriz nas telas é mais uma tentativa segura de manter sua base de fãs na mesma, ou seja, nada de tentar inovar, apenas fazendo o papel que sempre fez: o da mocinha que passa por altos e baixos, tentando encontrar a felicidade no amor e no trabalho, com uma pitada de tudo – romance, humor e drama.

O diretor é Mike Newell, o mesmo de Quatro Casamentos e Um Funeral e também de Harry Potter e o Cálice de Fogo, que também exerce um trabalho burocrático, num filme nada original e, falando bem seco e francamente, que deve agradar somente às mulheres, e olhe lá.

Veja abaixo o trailer original do filme em inglês.

“Eu sou a lenda” atinge US$ 100 milhões em bilheteria nos EUA em apenas uma semana

Com um desempenho absolutamente notável (e surpreendendo a crítica americana), a ficção científica Eu Sou a Lenda (I am Legend), da Warner Brothers, faturou durante a semana mais US$ 26 milhões e superou em apenas 7 dias em cartaz nos EUA a marca de 100 milhões de dólares (mais precisamente 103,2 milhões de dólares) colocando o filme seguramente na rota dos US$ 200 milhões até o final do ano e tendo, com isso, grandes chances de terminar 2007 entre os 10 primeiros do ranking de bilheteria norte-americano.
No filme, Will Smith faz um cientista que não foi capaz de conter um terrível vírus incurável fabricado pelo homem, que transforma pessoas em mutantes. Porém, de alguma forma, ele descobre que é imune ao vírus. Por isso, é também o último humano sobrevivente no que restou de Nova York e, talvez, do mundo, após uma guerra biológica. O elenco conta também com a brasileira Alice Braga (do recente O cheiro do ralo), sobrinha da atriz Sônia Braga, e tem a direção de Francis Lawrence, popular diretor de videoclipes que está em ascensão em Hollywood após dirigir Constantine. A estréia no Brasil acontece em 18 de janeiro de 2008.
Will Smith em pessoa deve vir ao Brasil na primeira quinzena de janeiro, acompanhado do diretor Lawrence e do roteirista Akiva Goldsman para promover o filme (provavelmente no Rio de Janeiro).